Hoje nossa querida J.K. Rowling, a famosa autora da série Harry Potter, anunciou que está escrevendo um novo livro, um romance para adultos pode estar sendo escrito agora pela mulher considerada a rainha dos leitores. Tirando o fato de que alguns, leia-se eu, não são muito fãs do seu trabalho, ela é considerada a escritora do milênio. Teremos mais notícias sobre esse novo livro até o final do ano.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Promoção entre Blogs #Resultado
Oi pessoal! Dentre muitas participações tivemos que sortear um, acredite se eu pudesse sorteava todo mundo mesmo. Mas como isso é impossível nesse momento, vamos ver quem foi o ganhador que irá levar dois livros para casa?
E o vencedor é... a Marília Maciel. :)
Parabéns! :D E obrigado a todos que participaram! Estaremos enviando um e-mail para a vencedora para recolher os dados para o envio dos livros. :)
Parabéns! :D E obrigado a todos que participaram! Estaremos enviando um e-mail para a vencedora para recolher os dados para o envio dos livros. :)
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Jogador N 1 - Lançamentos
Olá meus leitores, desculpem me a ausência, mas o blog voltou, enquanto olhava os lançamentos, me deparei com esse livro e veio na minha cabeça Jogos Vorazes. Então não resisti e decidi postar.
Sinopse: " Em um futuro não muito distante, as pessoas abriram mão da vida real para viver em uma plataforma chamada Oasis. Neste mundo distópico, pistas são deixadas pelo criador do programa e quem achá-las herdará toda a sua fortuna.
Como a maior parte da humanidade, o jovem Wade Watts escapa de sua miséria em Oasis. Mas ter achado a primeira pista para o tesouro deixou sua vida bastante complicada.
De repente, parece que o mundo inteiro acompanha seus passos, e outros competidores se juntam à caçada. Só ele sabe onde encontrar as outras pistas: filmes, séries e músicas de uma época que o mundo era um bom lugar para viver.
Para Wade, o que resta é vencer – pois esta é a única chance de sobrevivência.
A vida, os perigos, e o amor agora estão mais reais do que nunca."
Para Wade, o que resta é vencer – pois esta é a única chance de sobrevivência.
A vida, os perigos, e o amor agora estão mais reais do que nunca."
E aí, o que acharam?
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Sorria
E se esse fosse seu último dia, essa fosse sua
última respiração, seu último momento? Com quem estaria? O que faria para se
redimir? O que lhe esperaria? Será que suas crenças se provariam certas?
A única coisa que
podemos concluir neste minúsculo parágrafo é que o animal mais impulsivo de
todo o reino, é extremamente frágil.
Será que conseguirei
terminar esse texto antes de algo acontecer? Talvez. Então viva, mas lembre-se
acima de tudo o quanto você é submisso, frágil e indefeso.
Arrisque, chute, tente acertar por mais
impossível que pareça, afinal, você errou 100 % das flechas que não atirou. A
morte vem para todos. Mas somente alguns conseguem se despedir dos seus amores.
Então vá, e se redima, faça tudo para conquistar um sorriso.
Dê um beijo como se
fosse o último, dê um abraço como se fosse o último, sorria como se fosse o seu
último sorriso. Porque, afinal, pode mesmo ser.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Redenção #Primeiras Notícias
E a capa oficial do livro nacional da nossa querida Lívia Lorena foi divulgada. Assim que derem mais notícias atualizaremos aqui. Boa sorte a essa grande escritora que promete. E aliás, faz muito tempo que não vejo uma capa tão bonita e magnífica. Aposto que só pela capa entrou na lista dos desejados de nossos leitores. Então aguardemos a sinopse.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Quando A Vida Se Resume A Uma Noite
Ela decidiu, depois de muita insistência, dividir o táxi. Eu não a conhecia. Simplesmente saímos da mesma festa, na mesma hora, na mesma noite fria e promissora.
Talvez ela não tivesse percebido. Mas havia algo nas estrelas, uma promessa. Algo dizia que nossas vidas poderiam mudar se tomássemos as decisões certas. Deixei o ar fresco invadir meus pulmões e me lembrar de como eu estava vivo. O mesmo ar trouxe até mim o perfume doce que ela usava. Seus cabelos castanhos soltos sobre os ombros, uma franja lisa cobrindo parcialmente seu olho esquerdo, seus lábios cobertos por uma fina camada de batom grená. Uma sombra escura em seus olhos, destacando o tom azul que emanava de sua íris e se misturava com a luz natural das estrelas azuis. Seu vestido era branco e caía perfeitamente em seu corpo bem desenhado. Uma linda garota com seus aproximados vinte anos. Mas eu não a olhava com desejo, seria indelicadeza da minha parte. Ela era tão acima disso, de flertes infantis, trocas de olhares. Parecia ser o tipo de garota moldada para casar com um homem cheio de medalhas cravadas num paletó azul, uma espada emoldurada e um cavalo branco. Esse homem iria lhe trazer flores todos os dias e sair para a mais nobre das guerras, com a promessa de que voltaria.
Ela não parecia me notar, a princípio. Estava preocupada demais procurando seu celular na bolsa. Suas mãos tão ágeis e delicadas dançavam sobre o couro do banco traseiro, sentindo-se incomodada com a minha presença, agora notada. Não poderia esperar menos, ela não me conhecia e parecia ser tão íntegra. Decidi não chamar a atenção, nem bancar o idiota. Seria um erro. Tudo o que eu precisava era continuar sentindo aquele doce perfume por mais alguns minutos.
O táxi se moveu. Decidi apreciar o aroma e admirar a noite. Colei o meu rosto no vidro, tentando me manter o mais “invisível” possível. Era estranho ficar nervoso ao lado de alguém como ela. Sua beleza não era intimidadora, mas me deixava sem palavras, sem reações inteligentes.
Então eu ouvi um soluço. Hesitei, decidi ignorar, mas ela parecia estar chorando. Ouvi o som do zíper da bolsa se abrir e o som de papel se rasgando. Outro soluço, e silêncio. Não sabia, mas anjos também choram. Afinal, são perfeitos, e chorar é a mais perfeita ação, humana ou sobrenatural.
Deixei toda a minha atenção se prostrar diante das luzes da cidade, mas era impossível não ouvir os soluços. Fosse à dor que ela sentisse, eu quase podia sentir também. Lancei um rápido olhar ao taxista. Completamente indiferente à tristeza da jovem. Ignorei os dois. Ao taxista, por não fazer diferença. A ela, por se tratar de um sofrimento particular.
Subitamente, senti um dedo me tocar no ombro. Virei-me, surpreso, intimamente contente, mas me empenhei em não demonstrar a satisfação. Ela decidira conversar, talvez.
_ Tem isqueiro? – ela pediu.
Eu a observei por alguns segundos. Ela me lançou um olhar e, quando o silêncio se tornou constrangedor demais, eu balbuciei.
_ Você fuma?
Pergunta estúpida! “E daí, se ela fuma?” Era linda, de fato, mas não perfeita como desejava ser. Estava tão predisposta a vícios quanto eu. Mas ainda que eu tivesse um isqueiro, com certeza não daria. Não queria manchar aquela imagem perfeita com um cigarro sujo.
Ela revirou os olhos com a minha pergunta.
_ O que tem de errado nisso? É só um cigarro.
_ Eu não tenho. Sinto muito – dei de ombros, sorrindo feito bobo.
Ela parou por um momento, encarou o cigarro em sua mão, com uma expressão de indecisão, uma mescla de nojo e desejo. Finalmente, ela abriu o vidro e lançou o cigarro para fora do táxi.
_ Melhor assim – ela murmurou.
_ Boa escolha – respondi instintivamente.
Ela se virou para mim, levemente surpresa. “Quem falou com você?”, provavelmente foi seu pensamento. Serio o mais óbvio, afinal. Mas apenas sorriu educadamente e permaneceu em silêncio. Ela cruzou os braços e começou a encarar o céu, como eu fizera antes.
Parecia absorta, pensativa.
_ Está uma noite muito bonita – ela murmurou.
Eu a fitei mais uma vez. Sim, eu já sabia. Só agora você estava percebendo.
_ As estrelas estão sorrindo – eu murmurei em resposta.
Ela riu levemente, não como deboche. Realmente achara engraçado.
_ Como você sabe?
Eu dei de ombros.
_ Elas estão azuis. Quando elas estão felizes, ficam azuis... Tudo fica bem.
Ela fez um breve silêncio.
_ Não está azul para todos nós. – ela disse.
_ A noite ainda não acabou – eu arrisquei um flerte. Mas, estranhamente, eu queria confortá-la, dizer algo que pudesse lhe dar esperança. Por que eu estava tão preocupado com uma estranha?
_ Talvez tenha razão – ela disse.
O táxi continuou seu trajeto, enquanto o silêncio se restaurava aos poucos, até não restar nada a não ser os ruídos da grande cidade iluminada.
Seu olhar se perdeu na imensidão negra coalhada de um anil reluzente. Senti uma estranha vontade de lhe dizer que estaria ali para o que ela precisasse, mas temi a forma como ela me interpretaria.
Não sou esse tipo de pessoa. Minha timidez sempre foi um empecilho para avançar em qualquer relacionamento. Naquele momento, no entanto, nem mesmo eu sabia o que queria.
_ Você... Gostou da festa? – arrisquei a pergunta.
Eu a fitei rapidamente. O olhar dela em minha direção varreu a pergunta para fora do táxi. Simplesmente sorri, percebendo que tocara no ponto que a machucava. Alguma coisa naquela festa lhe trouxera uma profunda angústia, agora estampada em seu rosto. Desejei não ter perguntado nada. Odeio tentar consertar as coisas e piorar tudo.
Finalmente, ela suspirou, como se preparasse para responder.
_ Não gosto de festas. – ela disse.
Não era apenas isso, óbvio. Mas não insisti.
_ Estava mesmo muito caída. – respondi, tentando parecer natural.
Ela me encarou, levemente frustrada.
_ O que você quer? Queria dividir o táxi só para ter uma companhia? Não conseguiu cortejar ninguém na festa? Por acaso eu sou sua última opção.
Eu a encarei, atordoado, sentindo aquela explosão de palavras me acertarem como brasa. Fiquei rubro, senti minhas orelhas esquentarem, mas simplesmente não consegui encontrar uma resposta. Eu não era esse tipo de pessoa. Mas como convencê-la disso? Não. Seria impossível.
Fiquei calado, e voltei a admirar o céu. Ela continuou me encarando com aqueles olhos azuis e penetrantes por mais alguns segundos. Por fim, enfiou a mão na bolsa e falou com o taxista.
_ Por favor, pode me deixar aqui.
O Taxista reduziu, mas não parou.
_ Ainda não chegamos onde a senhorita queria, madame. – ele falou educadamente – falta um bocado ainda.
_ Não importa, posso caminhar até minha casa.
Ela me lançou um olhar de ultimato, como se me culpasse por todos os seus problemas. Aquilo me deixou furioso, a ponto de berrar contra ela e despejar minhas frustrações sobre ela também. Mas eu me controlei. Decidi entender o lado dela e aceitar seu olhar rude, pronto para oferecer a outra face, se assim fosse preciso. Tudo para tornar suportável o seu dia.
Ela abriu a porta do carro, pronta para sair.
_ Boa noite – eu sussurrei – espero que as coisas melhorem pra você.
Ela parou por um breve segundo, mas, dessa vez, não dirigiu seu olhar a mim.
A garota se levantou, depositou o dinheiro nas mãos do taxista e, sem me dirigir uma única palavra, virou-se, em direção ao outro lado da rua, atravessando o sinal vermelho. Caminhou pela calçada, com passos lentos e pensativos. Estava para virar a esquina, quando lançou um último olhar ao táxi. Ela me encarou mais uma vez, seus olhos tão inexprimíveis, confidentes. Então voltou ao seu trajeto, sumindo do meu campo de visão.
_ Moça estranha – murmurou o motorista.
_ Não – eu respondi – Ela é normal, como todas as outras... Talvez seja esse o problema.
_ Pode ser... – dizendo isso, o taxista virou o volante e voltou para o asfalto, enquanto as luzes amarelas dos postes refletiam no insul-film.
Talvez ela não tivesse percebido. Mas havia algo nas estrelas, uma promessa. Algo dizia que nossas vidas poderiam mudar se tomássemos as decisões certas. Deixei o ar fresco invadir meus pulmões e me lembrar de como eu estava vivo. O mesmo ar trouxe até mim o perfume doce que ela usava. Seus cabelos castanhos soltos sobre os ombros, uma franja lisa cobrindo parcialmente seu olho esquerdo, seus lábios cobertos por uma fina camada de batom grená. Uma sombra escura em seus olhos, destacando o tom azul que emanava de sua íris e se misturava com a luz natural das estrelas azuis. Seu vestido era branco e caía perfeitamente em seu corpo bem desenhado. Uma linda garota com seus aproximados vinte anos. Mas eu não a olhava com desejo, seria indelicadeza da minha parte. Ela era tão acima disso, de flertes infantis, trocas de olhares. Parecia ser o tipo de garota moldada para casar com um homem cheio de medalhas cravadas num paletó azul, uma espada emoldurada e um cavalo branco. Esse homem iria lhe trazer flores todos os dias e sair para a mais nobre das guerras, com a promessa de que voltaria.
Ela não parecia me notar, a princípio. Estava preocupada demais procurando seu celular na bolsa. Suas mãos tão ágeis e delicadas dançavam sobre o couro do banco traseiro, sentindo-se incomodada com a minha presença, agora notada. Não poderia esperar menos, ela não me conhecia e parecia ser tão íntegra. Decidi não chamar a atenção, nem bancar o idiota. Seria um erro. Tudo o que eu precisava era continuar sentindo aquele doce perfume por mais alguns minutos.
O táxi se moveu. Decidi apreciar o aroma e admirar a noite. Colei o meu rosto no vidro, tentando me manter o mais “invisível” possível. Era estranho ficar nervoso ao lado de alguém como ela. Sua beleza não era intimidadora, mas me deixava sem palavras, sem reações inteligentes.
Então eu ouvi um soluço. Hesitei, decidi ignorar, mas ela parecia estar chorando. Ouvi o som do zíper da bolsa se abrir e o som de papel se rasgando. Outro soluço, e silêncio. Não sabia, mas anjos também choram. Afinal, são perfeitos, e chorar é a mais perfeita ação, humana ou sobrenatural.
Deixei toda a minha atenção se prostrar diante das luzes da cidade, mas era impossível não ouvir os soluços. Fosse à dor que ela sentisse, eu quase podia sentir também. Lancei um rápido olhar ao taxista. Completamente indiferente à tristeza da jovem. Ignorei os dois. Ao taxista, por não fazer diferença. A ela, por se tratar de um sofrimento particular.
Subitamente, senti um dedo me tocar no ombro. Virei-me, surpreso, intimamente contente, mas me empenhei em não demonstrar a satisfação. Ela decidira conversar, talvez.
_ Tem isqueiro? – ela pediu.
Eu a observei por alguns segundos. Ela me lançou um olhar e, quando o silêncio se tornou constrangedor demais, eu balbuciei.
_ Você fuma?
Pergunta estúpida! “E daí, se ela fuma?” Era linda, de fato, mas não perfeita como desejava ser. Estava tão predisposta a vícios quanto eu. Mas ainda que eu tivesse um isqueiro, com certeza não daria. Não queria manchar aquela imagem perfeita com um cigarro sujo.
Ela revirou os olhos com a minha pergunta.
_ O que tem de errado nisso? É só um cigarro.
_ Eu não tenho. Sinto muito – dei de ombros, sorrindo feito bobo.
Ela parou por um momento, encarou o cigarro em sua mão, com uma expressão de indecisão, uma mescla de nojo e desejo. Finalmente, ela abriu o vidro e lançou o cigarro para fora do táxi.
_ Melhor assim – ela murmurou.
_ Boa escolha – respondi instintivamente.
Ela se virou para mim, levemente surpresa. “Quem falou com você?”, provavelmente foi seu pensamento. Serio o mais óbvio, afinal. Mas apenas sorriu educadamente e permaneceu em silêncio. Ela cruzou os braços e começou a encarar o céu, como eu fizera antes.
Parecia absorta, pensativa.
_ Está uma noite muito bonita – ela murmurou.
Eu a fitei mais uma vez. Sim, eu já sabia. Só agora você estava percebendo.
_ As estrelas estão sorrindo – eu murmurei em resposta.
Ela riu levemente, não como deboche. Realmente achara engraçado.
_ Como você sabe?
Eu dei de ombros.
_ Elas estão azuis. Quando elas estão felizes, ficam azuis... Tudo fica bem.
Ela fez um breve silêncio.
_ Não está azul para todos nós. – ela disse.
_ A noite ainda não acabou – eu arrisquei um flerte. Mas, estranhamente, eu queria confortá-la, dizer algo que pudesse lhe dar esperança. Por que eu estava tão preocupado com uma estranha?
_ Talvez tenha razão – ela disse.
O táxi continuou seu trajeto, enquanto o silêncio se restaurava aos poucos, até não restar nada a não ser os ruídos da grande cidade iluminada.
Seu olhar se perdeu na imensidão negra coalhada de um anil reluzente. Senti uma estranha vontade de lhe dizer que estaria ali para o que ela precisasse, mas temi a forma como ela me interpretaria.
Não sou esse tipo de pessoa. Minha timidez sempre foi um empecilho para avançar em qualquer relacionamento. Naquele momento, no entanto, nem mesmo eu sabia o que queria.
_ Você... Gostou da festa? – arrisquei a pergunta.
Eu a fitei rapidamente. O olhar dela em minha direção varreu a pergunta para fora do táxi. Simplesmente sorri, percebendo que tocara no ponto que a machucava. Alguma coisa naquela festa lhe trouxera uma profunda angústia, agora estampada em seu rosto. Desejei não ter perguntado nada. Odeio tentar consertar as coisas e piorar tudo.
Finalmente, ela suspirou, como se preparasse para responder.
_ Não gosto de festas. – ela disse.
Não era apenas isso, óbvio. Mas não insisti.
_ Estava mesmo muito caída. – respondi, tentando parecer natural.
Ela me encarou, levemente frustrada.
_ O que você quer? Queria dividir o táxi só para ter uma companhia? Não conseguiu cortejar ninguém na festa? Por acaso eu sou sua última opção.
Eu a encarei, atordoado, sentindo aquela explosão de palavras me acertarem como brasa. Fiquei rubro, senti minhas orelhas esquentarem, mas simplesmente não consegui encontrar uma resposta. Eu não era esse tipo de pessoa. Mas como convencê-la disso? Não. Seria impossível.
Fiquei calado, e voltei a admirar o céu. Ela continuou me encarando com aqueles olhos azuis e penetrantes por mais alguns segundos. Por fim, enfiou a mão na bolsa e falou com o taxista.
_ Por favor, pode me deixar aqui.
O Taxista reduziu, mas não parou.
_ Ainda não chegamos onde a senhorita queria, madame. – ele falou educadamente – falta um bocado ainda.
_ Não importa, posso caminhar até minha casa.
Ela me lançou um olhar de ultimato, como se me culpasse por todos os seus problemas. Aquilo me deixou furioso, a ponto de berrar contra ela e despejar minhas frustrações sobre ela também. Mas eu me controlei. Decidi entender o lado dela e aceitar seu olhar rude, pronto para oferecer a outra face, se assim fosse preciso. Tudo para tornar suportável o seu dia.
Ela abriu a porta do carro, pronta para sair.
_ Boa noite – eu sussurrei – espero que as coisas melhorem pra você.
Ela parou por um breve segundo, mas, dessa vez, não dirigiu seu olhar a mim.
A garota se levantou, depositou o dinheiro nas mãos do taxista e, sem me dirigir uma única palavra, virou-se, em direção ao outro lado da rua, atravessando o sinal vermelho. Caminhou pela calçada, com passos lentos e pensativos. Estava para virar a esquina, quando lançou um último olhar ao táxi. Ela me encarou mais uma vez, seus olhos tão inexprimíveis, confidentes. Então voltou ao seu trajeto, sumindo do meu campo de visão.
_ Moça estranha – murmurou o motorista.
_ Não – eu respondi – Ela é normal, como todas as outras... Talvez seja esse o problema.
_ Pode ser... – dizendo isso, o taxista virou o volante e voltou para o asfalto, enquanto as luzes amarelas dos postes refletiam no insul-film.
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Histórias
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Semáforo
Existe um momento, talvez único e inconfundível, em que o homem descobre ser fraco e, ao olhar a sua volta, enxerga nada além de uma grande avenida movimentada, um céu cinza, um semáforo vermelho e um amontoado de rostos estranhos. Desconhecidos.
Nesse mesmo momento, como se o pensamento fosse a extensão ilimitada de um único segundo, um monte de ideias começam a surgir na mente desse mesmo homem. “Aquela mulher bem ali”, pensa, “distraída, olhando no sentido contrário à mão da avenida”. Mas a mulher não é tão interessante, e logo perde a graça observá-la.
Entre todos aqueles rostos, nota-se uma criança chorosa apertando fervorosamente os dedos exaustos de um pai estressado. Os dois esperam o semáforo que acaba de tingir-se de verde.
“Pobre criança”, pensa, “nova demais para dizer o que pensa e, ainda que pudesse... Nova demais para ser ouvida”. Procura-se nos rostos, mas não há um sorriso. Não aquele espontâneo, cheio de vida e vontade. Não, apenas um sorriso frio, como uma barreira para conter os males do mundo e, no processo, barrar até mesmo os bons momentos. Uma senhora passa. Um moletom cinza e uma saia comprida, bengala e olhos pesados, com as pálpebras enrugadas escorrendo no canto das olheiras. Ela não diz nada, apenas caminha pelo passeio. Não há nada legível nela.
Mais uma vez, nota-se a mulher distraída do outro lado da rua. Olhando o sentido contrário à mão da avenida. Algumas pessoas nem ligam para o trio de luz acima de suas cabeças, dizendo “vá”, ou “espere”. Não, alguns ignoram.
O céu cinza é profanado por uma figura metálica e imponente, rasgando o céu com velocidade admirável, enquanto seu zumbido, oriundo das turbinas, abafa por um segundo as conversas que pairam no ar.
Uma garotinha, debruçada no ombro da mãe, cobre os ouvidos para impedir o som ensurdecedor, ela faz uma careta e simula um choro. A mãe, pacientemente, apalpa as costas da filha, fazendo “shhh, vai passar, querida” e, para minha surpresa, é bastante convincente. Sim, minha surpresa, porque sou eu o homem na calçada, olhando o movimento, fitando os rostos desconhecidos e estremecendo a cada sorriso frio, sem vontade. Sou eu o homem que se viu fraco.
A mulher do outro lado da rua, aquela distraída de antes, ainda não se toca, parece meio confusa. Seus olhos não estão tão interessados no movimento da rua. Olhando para o sentido contrário à mão da avenida. O semáforo alterna mais uma vez. Uma seguinte leva de pessoas passa. A mulher, quase pronta para atravessar, deixa cair um chaveiro prateado. Prateado, pelo menos é o que parece, pois sua luz cintila por um breve segundo. Mas poderia ser bem qualquer coisa, vidro, ouro... Mas cai, independente do que seja. E ela se abaixa para pegar. A mulher, então, detém-se em um folheto de propagandas. Promoções de sapatos, penso eu. Provavelmente nunca o saberei.
Enfim vem então a manada civilizada, pisoteando educadamente os pés uns dos outros, dizendo “opa, sinto muito”, “com licença, por favor”, “não é nada, está tudo bem”, “fique a vontade”, “foi mal, chapa”. As frases automáticas, então, se misturam e, logo, não é nada além de um burburinho.
O sinal troca, mais rápido do que eu percebo. Não sei porque ainda não atravessei, mas a manada se afasta e a rua se abre para os veículos. A mulher, ainda me referindo à distraída, levanta-se com, adivinhe, distração. O chaveiro está bem seguro em suas mãos naquele momento. Ela olha para o lado, não o certo. O sentido contrário à mão da avenida.
Então ela avança. Desrespeitando as leis da selva, deixando para trás a manada impaciente, ela se adianta. Mal sabe ela que o semáforo grita verde. Mas a mulher não percebe, faz menção de colocar o chaveiro dentro da bolsa.
Alguém gritou de susto, tenho quase certeza. “Não adianta”, pensei comigo.
Um ônibus buzinou. “Não adianta”, pensei comigo.
A mulher não notou, estava olhando o sentido contrário.
O objeto cintilante voou. Acima de nossas cabeças, acima do semáforo, brilhando, não vermelho, verde ou amarelo. Era prateado, um brilho reluzente, como uma quarta luz, outra bola brilhante sobrevoando o asfalto. E a luz se apagou.
Não sei, ao certo, o sinal que ela queria nos dar. Mas a mulher, distraída que estava, não notou, nem por um segundo, seu objeto brilhar como uma estrela cadente. Tão fulminante, rápido que, não sei ao certo, talvez eu tenha sido o único a perceber.
O resto do dia, a avenida é interditada. Não há mão, nem para um lado, nem para o outro. Não há a manada, não há ninguém dando ouvidos às bolas incandescentes. Mas nem ali, no meio da rua, sobre as listras brancas, uma coisinha brilha. Um chaveiro prateado, isso agora o sei. A silhueta de um anjo.
Nesse mesmo momento, como se o pensamento fosse a extensão ilimitada de um único segundo, um monte de ideias começam a surgir na mente desse mesmo homem. “Aquela mulher bem ali”, pensa, “distraída, olhando no sentido contrário à mão da avenida”. Mas a mulher não é tão interessante, e logo perde a graça observá-la.
Entre todos aqueles rostos, nota-se uma criança chorosa apertando fervorosamente os dedos exaustos de um pai estressado. Os dois esperam o semáforo que acaba de tingir-se de verde.
“Pobre criança”, pensa, “nova demais para dizer o que pensa e, ainda que pudesse... Nova demais para ser ouvida”. Procura-se nos rostos, mas não há um sorriso. Não aquele espontâneo, cheio de vida e vontade. Não, apenas um sorriso frio, como uma barreira para conter os males do mundo e, no processo, barrar até mesmo os bons momentos. Uma senhora passa. Um moletom cinza e uma saia comprida, bengala e olhos pesados, com as pálpebras enrugadas escorrendo no canto das olheiras. Ela não diz nada, apenas caminha pelo passeio. Não há nada legível nela.
Mais uma vez, nota-se a mulher distraída do outro lado da rua. Olhando o sentido contrário à mão da avenida. Algumas pessoas nem ligam para o trio de luz acima de suas cabeças, dizendo “vá”, ou “espere”. Não, alguns ignoram.
O céu cinza é profanado por uma figura metálica e imponente, rasgando o céu com velocidade admirável, enquanto seu zumbido, oriundo das turbinas, abafa por um segundo as conversas que pairam no ar.
Uma garotinha, debruçada no ombro da mãe, cobre os ouvidos para impedir o som ensurdecedor, ela faz uma careta e simula um choro. A mãe, pacientemente, apalpa as costas da filha, fazendo “shhh, vai passar, querida” e, para minha surpresa, é bastante convincente. Sim, minha surpresa, porque sou eu o homem na calçada, olhando o movimento, fitando os rostos desconhecidos e estremecendo a cada sorriso frio, sem vontade. Sou eu o homem que se viu fraco.
A mulher do outro lado da rua, aquela distraída de antes, ainda não se toca, parece meio confusa. Seus olhos não estão tão interessados no movimento da rua. Olhando para o sentido contrário à mão da avenida. O semáforo alterna mais uma vez. Uma seguinte leva de pessoas passa. A mulher, quase pronta para atravessar, deixa cair um chaveiro prateado. Prateado, pelo menos é o que parece, pois sua luz cintila por um breve segundo. Mas poderia ser bem qualquer coisa, vidro, ouro... Mas cai, independente do que seja. E ela se abaixa para pegar. A mulher, então, detém-se em um folheto de propagandas. Promoções de sapatos, penso eu. Provavelmente nunca o saberei.
Enfim vem então a manada civilizada, pisoteando educadamente os pés uns dos outros, dizendo “opa, sinto muito”, “com licença, por favor”, “não é nada, está tudo bem”, “fique a vontade”, “foi mal, chapa”. As frases automáticas, então, se misturam e, logo, não é nada além de um burburinho.
O sinal troca, mais rápido do que eu percebo. Não sei porque ainda não atravessei, mas a manada se afasta e a rua se abre para os veículos. A mulher, ainda me referindo à distraída, levanta-se com, adivinhe, distração. O chaveiro está bem seguro em suas mãos naquele momento. Ela olha para o lado, não o certo. O sentido contrário à mão da avenida.
Então ela avança. Desrespeitando as leis da selva, deixando para trás a manada impaciente, ela se adianta. Mal sabe ela que o semáforo grita verde. Mas a mulher não percebe, faz menção de colocar o chaveiro dentro da bolsa.
Alguém gritou de susto, tenho quase certeza. “Não adianta”, pensei comigo.
Um ônibus buzinou. “Não adianta”, pensei comigo.
A mulher não notou, estava olhando o sentido contrário.
O objeto cintilante voou. Acima de nossas cabeças, acima do semáforo, brilhando, não vermelho, verde ou amarelo. Era prateado, um brilho reluzente, como uma quarta luz, outra bola brilhante sobrevoando o asfalto. E a luz se apagou.
Não sei, ao certo, o sinal que ela queria nos dar. Mas a mulher, distraída que estava, não notou, nem por um segundo, seu objeto brilhar como uma estrela cadente. Tão fulminante, rápido que, não sei ao certo, talvez eu tenha sido o único a perceber.
O resto do dia, a avenida é interditada. Não há mão, nem para um lado, nem para o outro. Não há a manada, não há ninguém dando ouvidos às bolas incandescentes. Mas nem ali, no meio da rua, sobre as listras brancas, uma coisinha brilha. Um chaveiro prateado, isso agora o sei. A silhueta de um anjo.
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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Ausência
Olá, peço desculpas aos leitores, pelo período sem posts que o blog passou. Mas a partir de segunda tudo volta a decorrer normalmente. :) Esperem novas resenhas.
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