sexta-feira, 9 de março de 2012

A Guerra das Salamandras #Resenha Estendida

Postado por O Livreiro² às 15:53
  O livro busca um espaço de tempo dentro do século XX. A descoberta e capitalização de uma salamandra inteligente, superdotada e extremamente dócil muda de vez à vida do Capitão Van Toch. Afinal, elas podem criar ilhas, diques, continentes, pedindo em troca míseros produtos bélicos, como por exemplo, a pistola submarina shark-gun. E, além disso, ainda oferecem pérolas como gestos de agradecimento. Mas, Van Toch se apega as criaturas e não permite que nenhum ser se aproveite dele.
   Mas, como tudo que é bom dura pouco e críticas explodiriam se o livro acabasse aí, nosso querido capitão Van Toch morre. E aí que começa o verdadeiro clímax, salamandras são vendidas e feitas de escravas, os mares começam a tomar formas hediondamente humanas. E estava proposto o caos.


 Até quando o homem se tornará o seu próprio demônio? Porque colocar a moral acima do instinto? Ao redor dos séculos, o homem por mais que se esforce para criar uma verdadeira humanidade, talvez o único esforço que valeu realmente a pena, nunca consegue. Imagine diversas pessoas de status, cor e credo diferentes confinadas em um espaço, e como conseqüência imagine também a “desgraçada infelicidade” que aconteceria. (Nenhuma semelhança com um péssimo programa de uma péssima emissora, não?). 


  Uma eterna crítica a todas as diferenças dos homens, capitalismo, socialismo, fascismo, credos, uma verdadeira paródia da história humana.


  Com uma narrativa extremamente pontilhista, e nunca cansativa, Kapek vai nos guiando pelo complexo mundo capitalista e pré-apocalíptico que se tornaram nossas nações. Embora o nome do livro seja A Guerra das Salamandras, podemos ver, ao decorrer do livro, que elas são os seres inocentes, e mais uma vez os humanos pegaram o papel de vilão. Aplausos ao clichê que sempre funciona.


  Mas sem dúvida, o que mais me impressionou nesse livro, foram às propostas do autor. Ele propõe que todos os humanos se virem para a lei do mais forte, e que criem uma Terceira Guerra Mundial, e o pior é que no final do livro você acaba concordando.


  Enfim, esta é uma obra maravilhosa, repleta de uma fantasia com grandes pitadas de realidade, uma paródia fantástica sobre a ignorância e autoritarismo com a natureza do homem. Uma leitura obrigatória para todo adorador de filosofia. Tenho que me segurar para não falar demais e acabar com as surpresas que o livro nos trás a todo capítulo. 


  O autor, Karel Capek, foi o criador da palavra robô, que deriva da palavra eslava robota que significa trabalho forçado. Além disso já escreveu diversos livros e entre eles está um dos melhores de toda a humanidade (pelo menos para mim), A Guerra das Salamandras.

1 comentários:

Unknown on 11 de março de 2012 às 00:08 disse...

Vou ser sincera e logo falar que não curti a capa, sei que é um trabalho de arte, mas sei lá, não me tocou.Felizmente a sinopse e sua resenha tão bem feita me deixou com muita vontade de ler o livro, a temática é interessante, fez minha cabeça.
Parabéns pela escrita tão concisa e instigante da resenha.

Beijos
Viviane

http://vivianeblood.blogspot.com/2012/03/se-ligue-novidades.html

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